Além da boa comida, o estado de Minas
Gerais abriga alguns dos lugares históricos mais bonitos do Brasil. As cidades históricas mineiras guardam relíquias da arquitetura barroca e grande número de igrejas,
já que o catolicismo era religião dominante durante o século XVII – início do
desenvolvimento da região pela descoberta do ouro. Alguns exemplos de cidades mineiras que
carregam esses atributos são: Congonhas, Diamantina (tombada como Patrimônio
Histórico da Humanidade!), Mariana, Ouro Preto, Sabará, São João Del Rei e
Tiradentes.
Dentre as diversas formas de
planejamento de roteiro pelas cidades históricas, fazer uma road trip
(viagem de carro pelas cidades) é considerada uma boa opção, já que a distância
entre elas não são extensas. Ao escolher a viagem de carro, uma ideia seria
agrupá-las a partir das distâncias e interesse, e à partir daí elaborar o
roteiro.
Distâncias
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Belo Horizonte
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Ouro Preto
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Congonhas
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Tiradentes
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S. Joao Del Rei
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Belo Horizonte
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-
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98
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82
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190
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185
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Ouro Preto
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98
|
-
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56
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157
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152
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Congonhas
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82
|
56
|
-
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114
|
109
|
Tiradentes
|
190
|
157
|
114
|
-
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15
|
S. João Del Rei
|
185
|
152
|
109
|
15
|
-
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Quadro de distâncias (em quilômetros)
O único percalço são as estradas mineiras:
ruins por natureza (esburacadas, sinalização precária e trânsito pesado de
caminhões). A ideia aqui foi percorrê-las pela manhã ou tarde, não aconselho
dirigir à noite. Uma dica é contabilizar um tempo adicional de viagem entre
uma cidade e outra, já que pelas condições da estrada o tempo é superior a uma
viagem em estradas com boas condições.
Sempre uma surpresa no meio do caminho...
Para o roteiro escolhemos as
tradicionais: Ouro Preto, Mariana, Tiradentes, São João del Rei e Congonhas. Diamantina,
infelizmente, foi uma das cidades que não entrou no nosso roteiro por ser a
mais distante das demais (quase 300 quilômetros). Fizemos o roteiro em um
feriado prolongado (4 dias entre ir, vir e aproveitar as cidades). Escolhemos
assim, duas cidades principais Ouro Preto e Tiradentes para passar um dia
inteiro, e ali passar a noite, e para as outras cidades foram dedicadas algumas
horas. (uma tarde em Mariana; uma hora em São João Del Rei e duas horas em
Congonhas foram as nossas escolhas).
Detalhes de Ouro Preto
O mais interessante ao fazer esse
trajeto de carro é que durante o percurso passa-se em alguns momentos pela
Estrada Real, estrada utilizada para escoamento do ouro no século XVII e XVIII,
percorrendo os caminhos velho e novo.
Dica: alguns hotéis
não aceitam somente uma diária, porém quando fizemos por outros sites (como
exemplo, Decolar) conseguimos reservar somente um dia.
A primeira parada foi em Mariana,
grudadinha com Ouro Preto, ganhou o nome por homenagem a esposa de Dom João V.
Apesar de nunca ter pisado em solo mineiro, o nome não podia ser mais
apropriado. Mariana é especial, pequenina e cheia de graça, qualidades
características de uma mulher.
Passar uma tarde em Mariana é
suficiente para visitar a catedral principal e seu órgão Arp Schnitger, único no Brasil vindo
da Alemanha, com pequena parada em Portugal, e ainda em funcionamento. As apresentações do órgão
acontecem às sextas-feiras 11h e domingos 12h30 (R$ 15). Se der sorte, como eu,
conseguirá ver algum ensaio.
Ah, Mariana...
Não deixe de visitar (e comparar!) as duas igrejas
localizadas no largo – igreja São Francisco Xavier e Nossa Senhora do Carmo
(que sofreu um incêndio em 1999 e em 15 minutos perdeu 85% de seu interior). No
largo encontra-se o pelourinho, mastro de castigo aos prisioneiros. No topo da
cidade, aparece a igreja São Pedro dos Clérigos, uma das igrejas com
arquitetura mais diferentes das cidades históricas, para ter uma bela vista da
cidade basta subir a estreita escada até o sino.
De Mariana partimos a Ouro Preto e
dedicamos uma noite e o outro dia inteiro à cidade. A imponência de Ouro Preto
remete a uma história perdida, nos mostra um Brasil diferente e esquecido nos
livros de história mas revivido na cidade que abriga o maior conjunto de
arquitetura barroca do Brasil, considerado assim patrimônio da humanidade. É
praticamente impossível não se encantar com Ouro Preto, mas seus detalhes
estarão em um próximo post.
Dica: cuidado com os
guias de porta de igreja, ao iniciarem o processo de despejar informações sobre
os turistas, ao final cobram preços altíssimos. Se preferir um guia, acerte o
preço antes de iniciar a explicação e pergunte o tempo do passeio.
Tiradentes cheia de charme
Tiradentes foi o próximo destino
e apesar de bem menor, é impossível não considerá-la especial. Vielas,
arquitetura charmosa e um chafariz de 1749 são atrações da cidade. O conjunto
arquitetônico com a serra São José ao fundo fazem da cidade um cenário
natural. A principal sensação em Tiradentes é nostalgia, sentimos falta de um
tempo que não vivemos mas que a cidade comprova que faz parte da nossa
história.
Grudadinha com Tiradentes está
São João Del Rei, da cidade somente o centro histórico me atraiu, especialmente
a igreja São Francisco de Assis.
Dica: a estrada que liga as cidades faz parte
da Estrada Real.
São João Del Rei
Dica: para chegar até
a igreja, siga as placas marrons (modelo internacional para atrativos turísticos)
que indicam “Basílica”.
Lembre-se que as cidades
históricas englobam muitas atrações, que se seguirão nos posts seguintes, e é
possível visita-las em muito mais tempo. O mais importante ao escolher visita-las é saber que a história te esperará de portas abertas e a beleza estará
presente nos lugares mais inusitados, seja uma maçaneta ou o teatro mais antigo
do Brasil ainda em funcionamento, posso garantir uma série de cenários belíssimos serão recordações difíceis de esquecer. Na minha mente eles
reaparecem todos os dias.
Fotos: Raphael de Oliveira Gomes e Bruna Cazzolato Ribeiro.