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quarta-feira, 29 de maio de 2013

Um passeio pelo Cemitério da Consolação

Canto de pássaros, árvores grandiosas e frutíferas adicionados a diversas esculturas  seriam a definição perfeita para um parque paulista, mas falo aqui do Cemitério da Consolação, o primeiro cemitério da cidade de São Paulo. Localizado em uma das principais avenidas que interligam a zona oeste à  zona central paulista, a Rua da Consolação, o cemitério revela-se como uma “república das artes”, definida assim pelo monitor Popó, Francivaldo Gomes, o responsável pela monitoria da necrópole. 

Inicio o passeio e personagens históricos da cidade de São Paulo, do estado paulista e também do Brasil são relembrados por Popó, que aponta os túmulos. Nesse parque ou cemitério, deixo a critério do leitor escolher, arte, história e natureza se misturam de forma tênue. Enquanto observamos a arte, percebemos um nome histórico e de repente somos surpreendidos por um pé de mexerica. Graviolas, jabuticabas, laranjas e mexericas são só alguns dos sabores encontrados pelo cemitério. E estão carregadas. Não é incomum ver os funcionários saboreando as frutas diretamente do pé. Ali, no meio de São Paulo. 

 Em uma das ruas, a beleza de um parque

Apesar de estarmos em meio a esculturas de fé, o cemitério é um lugar de todos. Túmulos de personalidades das mais diversas religiões se misturam com políticos renomados ou mesmo nomes com menos popularidade que não esquecem de seus antepassados com obras simbólicas da dor do adeus. 


Nomes de políticos como Campos Sales, Anhaia Melo, Washington Luís, família Matarazzo e família Jafet são primorosamente representados por esculturas belíssimas. Libero Badaró, por exemplo, foi um dos precurssores da criação do cemitério ao ar livre. Seu túmulo ainda que modesto relembra com delicadeza o jornalista defensor do liberalismo na imprensa brasileira.

Outro túmulo em destaque é o da Domitila de Castro do Canto e Melo, a Marquesa de Santos. A mais famosa amante de Dom PedroI também ajudou na construção do cemitério, doando em 1857 dois contos de réis para a construção da capela original. É impossível não perceber o túmulo de Domitila, bem próximo a capela, apesar de pequeno se destaca por ser inteiramente branco, feito em mármore de carrara. 

O anjo da Marquesa de Santos

Um dos grande nomes da literatura brasileira, Monteiro Lobato possui um túmulo singelo porém imponente. Quase sem adorno demonstra com o melhor exemplo sua própria reputação: a simplicidade. O arquiteto Ramos de Azevedo também marca grande área do cemitério, não somente seu túmulo agrega beleza ao local, mas a atual capela,  o portão de entrada e o prédio da administração do cemitério são obras do célebre arquiteto. Só para relembrar, o Teatro Municipal, a Pinacoteca do Estado e o Mercado Municipal, em São Paulo, são alguns exemplos de obras assinadas pelo “Escritório Técnico Ramos de Azevedo”.

Como parte da história brasileira, a escravidão não passa despercebida no Consolação, como é carinhosamente conhecido. O abolicionista e escravo Luiz Gonzaga Pinto da Gama está representado com a escultura de um manto sobre a cruz, símbolo escolhido por sua empresa para representar a sua perda. 

A tristeza belamente representada

Grandes nomes do movimento modernista também estão sepultados na necrópole: Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral, incentivadores do modernismo no Brasil, são alguns exemplos. Não é por acaso que  escultores brasileiros ganham destaque, com exemplos ali no próprio cemitério, na década de 1920. A Semana de Arte Moderna de São Paulo, em 1922,  foi o pontapé inicial para artistas brasileiros se apresentarem ao mundo. No Consolação escultores como Francisco Leopoldo e Silva, que aliás trouxe o primeiro nu para o cemitério, ou mesmo o artista Celso Antônio datam suas obras em 1926 e 1927 respectivamente, confirmando o início do novo conceito de arte brasileira. 

Ainda no quesito artístico, é difícil escolher uma escultura somente. Mas posso afirmar que duas são imperdíveis. Uma delas é a “Euterpe”, a deusa da música, que ornamenta o túmulo de Luigi Chiafarelli, músico e professor de música ítalo-brasileira. A escultura consegue transmitir de forma poética a tristeza da perda. O tom verde de oxidação do bronze realça peculiarmente a obra. 

 Euterpe
A outra escultura seria a do túmulo de Armando Salles Oliveira fundador da Universidade de São Paulo e ex-governador do estado. A abstração da obra “Prece”pode nos mostrar duas palmas unidas símbolo de oração ou, em outro ângulo, nos apresenta uma senhora rezando. 

Antes de terminar o tour, ou melhor, o bate-papo com o Popó, o educador do cemitério que continua o processo educativo iniciado por seu mestre Délio Freire dos Santos, me emociono. O cearense adotou São Paulo como lar e faz a diferença em benefício à cidade que chama de sua. Me disse com todas as letras “Ame a cidade de São Paulo”, como se não bastasse repetiu para que eu não mais pudesse esquecer. Era tarde, Popó, a mensagem já estava gravada em mim. Sairia feliz e nunca mais olharia a cidade com os mesmos olhos. 


Cemitério da Consolação. Rua da Consolação, 1660 - São Paulo - SP. Para agendar visitas guiadas, ligue para (11) 3396-3822.

Outros cemitérios pelo mundo que valem a visita!
 
Cemitério Nacional de Arlington – Arlington, Virginia – EUA.
Apesar de localizado no estado da Virgínia, o cemitério possui fácil acesso de Washington, DC. Um dos mais tradicionais cemitérios militares dos Estados Unidos, o Arlington guarda nomes de guerreiros perdidos em batalhas. Há ainda uma área dedicada aos desconhecidos. Não deixe de visitar a flama que nunca apaga do presidente John F. Kennedy, um dos presidentes mais relembrados na história americana. 

Cemitério da Recoleta – Buenos Aires, Argentina.
O cemitério da Recoleta localiza-se no bairro homônimo em área nobre de Buenos Aires. Quando adentram a necrópole, os visitantes buscam conhecer o túmulo de Eva Perón ou Evita Perón, ex-primeira dama argentina e esposa de Juan Perón. Além de Evita estão sepultados na Recoleta muitos ex-presidentes da Argentina e nomes importantes para o país.

Cemitério Père Lachaise – Paris, França.
Considerado o cemitério com o maior número de visitantes do mundo, o Père Lachaise em Paris destaca-se pelos túmulos de grandes celebridades como exemplo: Jim Morrison, ex-vocalista da banda The Doors; Allan Kardec, precurssor do espiritismo no mundo; e a cantora francesa Edith Piaf.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Newseum (Museu da Notícia) em Washington DC.

Esse é um museu que, provavelmente, agradará a todos. E com tantas exposições temporárias é um museu que se retorna sempre. Deixe o próprio museu te indicar como começar a visita. Ao adquirir o ingresso, desça para o subsolo e assista ao vídeo introdutório ao museu.

Neste andar, há o Muro de Berlim e exposições temporárias. Em Novembro, a exposição sobre os casos do FBI e uma pequena área dedicada ao fotógrafo de esportes Neil Leifer nos chamaram a atenção. O fotógrafo é considerado um dos melhores de esportes e exibe 50 destaques nessa exposição. Ele foi um dos fotógrafos do primeiro Super Bowl (jogo de encerramento da liga de futebol americano), mas sua preferência era fotografar o Muhhammad Ali (assista um vídeo sobre o fotógrafo e o boxeador  abaixo). A exposição fica em exibição até 12 de Agosto de 2012 e vale a parada.



Suba ao sexto andar pelo elevador de vidro e observe a vista da varanda. A vista para o capitólio é privilegiada. Lá também localizam-se as capas de jornais do mundo. O quinto andar é onde você levará mais tempo, nesta área encontra-se a história do jornalismo com as capas de jornais dos principais acontecimentos no mundo. Há alguns vídeos com temas como fotografia, nos teatros ao redor da linha do tempo.
Primeiro Bebê de Proveta!
Para mudar de andar, haverá um vídeo e até 31 de Dezembro de 2011 é sobre o fotógrafo dos presidentes feito pela National Geographic (se você se interessa, há o livro e documentário sobre o tema). Muito interessante! Esse não é o vídeo exibido no museu, mas sim o vídeo de lançamento do livro.

Já no quarto andar, há a exposição sobre os ataques terroristas do 11 de  Setembro. O terceiro andar possui uma área interativa, onde você consegue gravar como se fosse um repórter e ainda assistir uma gravação ao vivo (verifique horários). Neste andar também, há um mapa sobre a liberdade de imprensa. O Brasil é considerado parcialmente liberto, pois ainda há política envolvida na imprensa. O país mais livre é a Finlândia e o menos livre é a Coréia do Norte.


Ainda no terceiro andar, veja a área dedicada a jornalistas mortos durante o trabalho. E também a área destinada à TV. Em monitores você escolhe as notícias que quer assistir, como a morte da princesa Diana, por exemplo. Ao clicar no assunto, um vídeo televisionado na data será apresentado. 

Não deixe de assistir ao vídeo 4D no primeiro nível (a aparesentação acontece a cada 20 minutos) e ainda nesse nível há a exposição sobre fotografias que ganharam o Pulitzer Prize. Veja as lojas do museu no primeiro e segundo andar. E a cafeteria localiza-se no subsolo. Reserve ao menos uma manhã ou tarde para conhecer o museu. Fiquei por lá durante 5 imperceptíveis horas e é um museu que voltaria sempre!

Newseum. 555 Pennsylvania Ave., N.W. Washington, DC. Diariamente das 9-17hrs. Fechado no dia de Ação de Graças, Natal e Ano Novo. Pago, verifique o site para valores. www.newseum.org
Vídeos retirados do www.youtube.com
Fotos: Arquivo Pessoal.


terça-feira, 5 de julho de 2011

Conheça Greenfield, a vila criada por Henry Ford!

Em Dearborn, MI, aproximadamente 20 minutos de Detroit, está o complexo de atrações do Henry Ford. Lá, você encontrará o museu do Ford, Greenfield Village, IMAX e Factory Tour (tour na fábrica). Prá quem não lembra, Henry Ford foi o empresário a produzir automóveis em série e a diminuir o seu custo, seu sucesso foi tão grande que sua montadora existe até hoje.

No museu do Ford você consegue ver os carros Ford desde seu início, o modelo T, a participação do Ford com a aviação, limosines presidenciais e outras exposições temporárias.

A Greenfield Village é a atração mais inusitada do complexo. Essa vila foi construída pelo Ford em 1929 para valorizar os americanos que de alguma forma aprimoraram o país. Ele fez réplicas das casas e/ou escritórios onde essas pessoas moravam e/ou trabalhavam.

Carros no modelo T levam turistas para passear pela vila.

Além disso, em algumas áreas você encontra pessoas explicando como eram feitos os utensílios antigamente, por exemplo: vidro, cerâmica, impressão de jornal, etc. O slogan da vila já diz: "Descubra a América que fez o que somos hoje".

Prá quem estiver cansado, uma maria fumaça faz a volta ao redor do museu.

A vila é dividida em 7 espaços: Working Farms (mostra a vida rural no final do século XIX); Liberty Craftworks (há 8 workshops apresentando algumas técnicas artesanais); Henry Ford´s Model T (nesse espaço, algumas construções que contribuiram para o que Ford se tornou); Railroad Junction (cultura de trem no século XIX); Main Street (lojas e algumas atrações); Edison at Work (parte destinada aos trabalhos de Tomas Edison - o criador da lâmpada e amigo pessoal de Ford); Porches & Parlors (simboliza as famílias que viveram nos EUA) e Walnut Groove (onde apresentam-se jogos de baseball de 1867).

Na área rural da vila, por exemplo, você pode conhecer a fazenda da família Firestone.

A casa do Ford fica na área que leva seu nome. Para fazer sua casa o mais parecida possível com a realidade, ele enviou pessoas por 18 meses ao redor dos EUA para procurar um fogão igual ao da sua casa na infância. A casa de Henry ficava na fazenda, mas aos 16 anos ele foi em busca de oportunidades nas indústrias de Detroit.

Réplica da casa construída em 1861 em Springwells Township, Michigan

Na área da Main Street você encontra a réplica da casa dos irmãos Wright (inventores do avião) e a loja de bicicleta deles também está lá. A cada do Heinz (isso mesmo, o do catchup!) também fica nessa área.

Em alguns locais há apresentações contando um pouco da história!

Outra área indispensável é a área do Tomas Edison. Lá, você consegue ver o laboratório dele, sua biblioteca e escritório. Além disso, uma explicação nos conta que quando o museu foi inaugurado Tomas Edison tinha 82 anos e foi inaugurar sua área na vila. A transmissão ao vivo pelo rádio pediu para que todos os americanos desligassem a luz para que após algumas palavras de Edison todos pudessem acender a luz e celebrar esse acontecimento. A cadeira onde ele sentou no laboratório do museu ainda está intacta. Posso dizer que esse explicação causou emoção em muitos visitantes.

Reparem na área embaixo da cadeira.
O piso ainda é original do dia que Tomas Edison fez sua apresentação.

Uma descoberta incrível é a casa do criador do primeiro dicionário americano, Noah Webster. O dicionário "American Dictionary of the English Language" foi publicado em 1828 enquanto ele vivia nessa casa e continha mais de 70.000 palavras. Ele demorou mais de 25 anos para montar o dicionário, sua ideia era manter uma língua única para os EUA. Como falava mais de 20 línguas, sabia a dificuldade que alguns locais tinham com diferentes comunicações, como os dialetos.

Escritório onde Noah fez o primeiro dicionário americano!


Dicas importantes: o ingresso só dá direito a entrada na vila e as apresentações são gratuitas. Atividades como andar de maria-fumaça são pagas. Reserve um dia só para a vila, assim você poderá ver com calma. Vá com roupa comfortável, você irá caminhar bastante. Há possibilidade de fazer picnic no local, mas há também restaurantes espalhados pela vila. O horário de funcionamento do museu e da vila é das 9:30am-5pm diarimente. Mais informações no site: www.thehenryford.org