Postagens populares

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Dicas para planejar sua primeira viagem ao Petar

Muitos viajantes ainda não conhecem, mas entre os estados de São Paulo e Paraná estão escondidas mais de 380 cavernas. Desse total, somente 12 estão disponíveis para visitação dentro do Parque Estadual Turístico do Alto do Ribeira (Petar). O parque de 36.000 hectares divide-se em quatro núcleos: Santana; Caboclos; Ouro Grosso e Casa de Pedra.. 

O rinoceronte - Caverna do Diabo
O Petar localiza-se entre as cidades de Iporanga e Apiaí, no extremo sul do estado de São Paulo. Criado em 1958, o parque já encantou diversos turistas e é considerado um passeio destinado à todas as idades. Basta ser aventureiro e possuir disposição, já que a caminhada nas cavernas acontece em terreno acidentado. 
Apesar da distância, um final de semana garantirá o primeiro contato com as cavernas e depois da visita inicial, é difícil não aguçar o desejo de retornar.


Quadro de distâncias (em quilômetros)
Distâncias
Apiai**
Curitiba
Caverna do Diabo – Eldorado, SP
Iporanga*
São Paulo
Apiai**
---
189
78
40
356
Curitiba
166
---
190
410
Caverna do Diabo, Eldorado-SP
78
252
---
38
286
Iporanga*
40
190
38
---
317
São Paulo
356
410
286
317
---

* Distância de Iporanga: Núcleo Ouro Grosso (3km), Casa de Pedra (13km) e Santana (13km).
** Distância de Apiaí: Núcleo Caboclos (43km).
Ao planejar o passeio programe-se para chegar cedo e distribuir a visitação das cavernas por localização, o que facilitará seu deslocamento. Uma dica imperdível é com relação à contratação de guias, obrigatórios para visitação nas caverna, como são pagos por diária o passeio poderá se tornar caro caso não seja bem planejado, por isso inclua mais de uma caverna em cada dia para otimizar seu dinheiro. Em viagens em grupo recomenda-se destinar maior tempo à visitação em cada caverna. No caso de 6 pessoas, o tempo foi dividido da seguinte forma: visitar somente a caverna do Diabo no sábado e domingo, três cavernas do Petar.
A caminho do parque encontra-se a Caverna do Diabo. Localizada na cidade de Eldorado (afastada aproximadamente 45 quilômetros do centro da cidade), a caminho de Iporanga, é considerada uma parada obrigatória para quem visitar o Petar. O passeio dura cerca de 1h-1h30 e conta com a presença de um guia, contratado na hora e incluso no valor  da entrada, R$ 20 por pessoa.
Beleza na Caverna do Diabo
A caverna do Diabo possui salões enormes, com formações de grandes estalagmites (formações que pingam do teto), estalactites (formações no chão criadas pela gota com os pingos do teto) e colunas (o encontro de estalagmites e estalactites). Dependendo da criatividade, as formações apresentam figuras conhecidas. Na caverna procure pelo rinoceronte, bacon, buda e claro, pelo diabo.

A estrada de terra entre Eldorado a Iporanga diminui a velocidade média do carro e aumenta o tempo de viagem, mas as curvas do rio garantem um belo toque a paisagem. A cidade de Iporanga é a base para visitação aos núcleos Santana e Ouro Grosso. Os guias são indicados pela pousada ou pode-se contratá-los diretamente com algumas agências de turismo (abaixo algumas opções). Em média, paga-se R$ 50 por pessoa/por dia para o guia. E cada agência ou guia adiciona algum diferencial (capacetes de segurança são obrigatórios, pergunte ao guia sobre o aluguel do acessório).

O roteiro escolhido para o dia seguinte incluía a visitação às cavernas Santana, do Couto e Morro Preto no núcleo Santana. Contratamos a Ipotur, por R$ 49 (inclui o valor de entrada no parque e capacete com lanterna – obrigatório para visitação).  O passeio iniciou às 9h30 com término às 15h.

Entrada da caverna do Couto

Ao escolher as cavernas pense no tempo de trajeto em cada uma delas. No núcleo Santana, as cavernas são muito próximas uma das outras, então o tempo de distância entre uma atividade e outra não ultrapassa 10 minutos de caminhada. Adicione ao seu planejamento o tempo de visitação em cada caverna escolhida, neste site há informações adicionais.

As cavernas que compõem esse núcleo são: Santana, Couto, Morro Preto, Cafezal e Água   Suja (necessário entrar na água para visitação). Além da trilha do Betari (participante do projeto Trilhas de São Paulo) com trajeto de 4,2 km de distância e incorpora as cavernas Cafezal e Água Suja.
As cavernas abertas à visitação do Petar
    Núcleo Santana: Santana, do Couto, Morro Preto, Cafezal e Água Suja.
    Núcleo Caboclos: Terminina, Chapéu Mirim I, Chapéu Mirim II e das Aranhas.
Núcleo Ouro Grosso: Alambari de Baixo e Ouro Groso.
    Núcleo Casa de Pedra: Casa de Pedra (maior portal do mundo! - visitação somente ao portal, não é permitida visitação interna).
A escuridão das cavernas é intercalada com salões com formações exuberantes. Conhecer algumas cavernas estimula um desejo de conhecer as outras espalhadas pelo parque. E quem sabe rezar para abrirem as 380? Não esqueça que os núcleos possuem diversas cachoeiras e trilhas. Então, planeje seu roteiro e boa viagem!

Dicas!

A região possui diversos passeios: visitas a quilombos, rafting, trilhas e etc. A agência Parque Aventuras é uma boa opção para passeios diferentes.

O site do Petar possui diversas informações. Acesse http://www.petaronline.com.br/petar.htm

Não esqueça! Visitação somente com guias cadastrados.

O PETAR não aceita cartões e cheque. Leve dinheiro em espécie.

O Núcleo Caboclos é o único que possui camping dentro do parque.

O que levar? Mochila, água (no núcleo Santana, há uma bica para encher a garrafinha), sapato fechado (se possível, antiderrapante), lanternas, repelente. Só pode visitar as cavernas vestindo calças.
Leve baterias extras para a câmera, o uso do flash utiliza muita carga da bateria.

Algumas agências que atendem o Petar: Ipotur (15) 3556-1332; CaveAtlântica (15) 3556-1160; Parque Aventuras; Ecocave (15) 3556-1574.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Tiradentes para ti

Lembro a primeira vez que conheci Parati, no estado do Rio de Janeiro, uma pequena cidade na beira do mar cheia de casinhas brancas e molduras coloridas nas janelas e portas. Relembro agora que achei um charme andar por ali. Voltei diversas vezes depois daquela data, mas um momento especial foi minha primeira viagem com o namorado, hoje marido. Uma rápida passagem já que nosso destino final era Ilha Grande, mas as casinhas ganharam novas cores aos nossos olhos e restaurantes com sabores harmônicos confirmaram uma paixão em comum: viajar.
 
Ah Parati...
 
Há um mês atrás visitamos Tiradentes, uma das cidades históricas do estado de Minas Gerais, e a sensação ao visita-la me transportou a Parati. Ruas de pedra e as mesmas casinhas brancas com detalhes coloridos estão espalhadas pela cidade. Em se tratando de boa mesa, Parati ganha, os charmosos restaurantes ainda estão chegando na cidade de Tiradentes, mas isso não impediu que encontrássemos o restaurante Memórias que nos acomodou em seu jardim memorável em uma tarde ensolarada de segunda-feira.
Antes dessa pausa, já tínhamos caminhado por suas ruazinhas e visto que a antiga cadeia pública passa por reforma para abrigar o Museu de Arte Sacra. A sua frente está a igreja do Rosário dos Pretos, feita por escravos que não eram autorizados a frequentar a igreja dos brancos. Notamos um pequeno detalhe: olhando a igreja de frente consegue-se observar à direita ao alto a Matriz de Santo Antônio, a igreja dos brancos. Correm boatos que durante a construção da matriz, os escravos pegavam escondidos parte do material e desciam para construir o seu ponto de devoção, a pequenina igreja.
Tiradentes, mas poderia ser confundida com Parati
 
Mesmo com as subidas íngremes, caminhar até a matriz nos valeu uma bela vista do centro histórico e com uma boa imaginação conseguimos saber o horário pelo relógio de sol feito em pedra sabão. Ao caminhar pela cidade, diversos passos aparecem. Os passos são capelinhas que contam por meio de esculturas os últimos momentos de Jesus em vida. Para conseguir ver por dentro, somente nas festividades de Corpus Christi.

Uma das gemas da cidade é o chafariz de água potável datado de 1749. Hoje o chafariz atende com água fresquinha toda a cidade (não esqueçam a garrafinha!). Atrás do chafariz, à direita, há uma porta quase escondida por onde adentramos uma trilha que segue acompanhada por um caminho de pedras, por ele ouve-se um barulho de água corrente que abastece o chafariz. Note que as pedras pesadas mostram o trabalho que os escravos tiveram para fazer o trajeto.
O relógio da matriz de Tiradentes
 

Parati também guarda relíquias da arte religiosa católica, além de guardar segredos da maçonaria. Dizem por aí que até a organização do centro histórico possui raízes maçônicas. As artes aparecem em detalhes nas duas cidades, seja na arquitetura ou nas pequenas lojinhas charmosas. O charme também acontece na moldura das cidades: a mineira Serra de São José e a fluminense Serra da Bocaina.
Pausa para água fresca em Tiradentes
 
As histórias das queridas Tiradentes e Parati se fundem com a história do ouro. As duas fazem parte da Estrada Real, estrada utilizada para escoamento do ouro no século XVII. As cidadezinhas recebem grandes festivais brasileiros: Tiradentes abriga seu famoso festival de cinema criado para prestigiar o cinema brasileiro, já Paraty prestigia internacionalmente a literatura com a FLIP (Festival Literário Internacional de Paraty).

É quase impossível não suspirar pelas duas cidades. Elas são irmãs sem nunca se conhecerem. O mar, encontrado em Parati, é o diferencial da primogênita. E se conhecer primeiro Parati lembre que uma cidade lá no interior de Minas Gerais aguarda sua visita. Se decidir visitar a cidade mineira lembre-se que ela está ali para ti.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Feirinha Gastronômica na praça Benedito Calixto!

Depois de um período de férias, a famosa feirinha de comidas de rua preparadas por chefs renomados ganha novo endereço em Pinheiros, em espaço reservado da praça Benedito Calixto.
A feirinha se apresenta como uma opção para os amantes de comida de rua com boa qualidade. Chefs de grandes restaurantes paulistas oferecem pratos diferentes a preços acessíveis. Há opções de entradinhas, pequenos pratos principais além de sobremesas. Os preços variam entre R$ 6 a R$ 20 para porções individuais. É possível comer uma refeição completa por R$ 30 por pessoa.
No domingo de inauguração, dia 18, barracas com comidas típicas baiana à persa ofereciam novos sabores ao paladar. O restaurante Portal da Coréia oferecia dois pratos bem típicos: Japtche (macarrão de batata com legumes e carne) e Topoki (mistura de massa feita com peixe em um molho apimentado) (R$10 cada), duas comidas diferentes que instigam a conhecer o restaurante original localizado no bairro da Liberdade.
Comida coreana de rua: Japtche e Topoki
O antigo restaurante persa Amigo Rei ofereceu três tipos de pratos típicos (R$8 -15). O estado da Bahia estava presente através do famoso acarajé além da nova macaxeira recheada (R$20). A opção tradicional da novidade inclui carne seca e queijo coalho. De sobremesa, brownies, brigadeiros e churros sequinhos (R$7).
Se você é do tipo de pessoa que adora provar novos sabores, a feirinha é uma boa opção custo-benefício para experimentar e conhecer novos restaurantes da cidade. Acompanhe o site e a página no Facebook para saber quais serão os próximos expositores. Por sua popularidade, espere por filas e longo tempo de espera.
Feirinha Gastronômica  Praça Benedito Calixto, 85. Horário de funcionamento: 11h-19h.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Ouro Preto por um dia


Conhecer a cidade com o maior conjunto de arquitetura barroca do Brasil em um dia pode parecer impossível, mas com um bom planejamento é possível visitar seus principais pontos turísticos. A primeira dica é escolher um bom sapato. As sinuosas ladeiras e o asfalto pé de moleque, nome dado pelos escravos para o tipo de calçamento feito pelos jovens, das ruas combinam com um sapato fechado e, se possível, sem salto. Tênis é o ideal. 

Entenda um pouco a dinâmica da cidade, uma ideia é verificar os horários de abertura dos museus e igrejas (deixo abaixo as informações para seu passeio ser mais fácil). Lembre-se somente que muitas igrejas e museus fecham às segundas-feiras e o horário de almoço é estendido, ou seja, acima da trivial uma hora de almoço. Mas notem que nas férias escolares, os horários podem ser alterados sem aviso prévio. Visite também os atrativos próximos uns aos outros. Isso diminui o tempo de deslocamento. 

Ouro Preto é especial, pois abriga o maior número de obras do escultor Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho – o maior escultor brasileiro em pedra sabão. Aleijadinho era filho bastardo de Manoel Francisco Lisboa e herdou do pai toda fortuna, recebeu o apelido por possuir uma doença que lhe causara atrofiação dos músculos. Outro importante artista é Manuel da Costa Athaíde, conhecido como mestre Athaíde e amigo de Aleijadinho, o mestre é reconhecido por sua pintura.  Os dois artistas são nomes encontrados em diversas obras das cidades históricas. 

Um dos pontos mais discutidos atualmente é sobre a autenticidade das diversas obras de Aleijadinho, já que obras com datas semelhantes estão espalhadas por diversas cidades mineiras. No entanto devemos lembrar que o artista possuía pupilos, Mauricio, Januário e Agostinho da escola de negros fundada pelo artista possivelmente contribuiram com sua arte (e isso não tira sua característica). 


1 - Museu da Inconfidência (R$ 8): Antiga cadeia da cidade de Vila Rica, antigo nome de Ouro Preto, abriga objetos utilizados e que relembram a história dos inconfidentes. Em frente ao museu fica o monumento no local onde Tiradentes foi decapitado. Terça a Domingo: 12h-18h.
 
2 - Igreja de São Francisco de Assis (R$8): a igreja mais tradicional de Ouro Preto, já na entrada há características do desenho do Aleijadinho, três anjos esculpidos acima da porta de entrada. Um dos cartões postais de Ouro Preto, a igreja é uma das mais fotografadas na cidade (lembre-se que não são permitidas fotografias internas). Terça a Domingo: 8h30-12h/13h10-17h.

3 - Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição: infelizmente a igreja ficará fechada pelos próximos 10 anos (!) para reforma, porém é lá que estão depositados os restos mortais do Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, e seu pai Manuel Francisco Lisboa. 

4 - Igreja Nossa Senhora das Mercês e Perdões: ao lado do largo São Francisco, atualmente está fechada para reforma. 

5 - Casa dos Contos (Grátis): Em conjunto com a casa da moeda carioca, foi um dos primeiros lugares a imprimir o papel moeda brasileiro, o lugar mostra o processo da moeda no Brasil. Repare nas diversas faces que nosso dinheiro já recebeu, inclusive notas comemorativas! Segunda, das 14h às 18h, terça a sábado, das 10h às 18h e domingo, das 10h às 16h.

6 - Igreja Nossa Senhora do Carmo (R$ 2): a igreja fica bem ao lado do Museu da Inconfidência, na entrar peça a explicação em papel para ler durante a visita (e devolva ao final da visita). Da frente da igreja tem-se uma vista da igreja São Francisco de Paula ao longe, em uma bonita paisagem. No adro da igreja encontra-se o pequenino porém imponente Museu do Oratório (R$ 4), bem organizado mostra em três andares diversos tipos do acessório, objeto tradicional na igreja católica utilizado para guardar o santo de devoção.  Repare nos pequeninos oratórios utilizados pelos viajantes, se você vivesse entre os séculos XVIII e início do século XX provavelmente utilizaria um! Sábado: 8h30-11h20/13h-16h20.

Dica: não deixe de reparar na segunda porta localizada dentro das igrejas, feitas para proteger os fiéis do vento, muitas são belamente adornadas.

7 - Teatro Municipal de Ouro Preto (R$ 2): o pequeno teatro abriu suas portas ao público em 1770, quase escondido, é considerado pelo Guinness book como o teatro mais antigo do Brasil ainda em funcionamento. O único camarote recebeu Dom Pedro I e II durante passagem pela cidade. Segunda a Domingo: 12h-18h.

8 - Igreja Nossa Senhora do Pilar (R$ 8): por sua localização em meio as casinhas mineiras, é difícil distingui-la ao longe, mas quando se aproxima percebe logo sua imponência. Essa escondida igreja disputa com a igreja São Franciso em Salvador como a com maior quantidade de ouro no Brasil. Imperdível! Terça a Domingo: 9h-10h45/12h-16h45.

Ao caminhar por Ouro Preto não deixe de notar os detalhes, muitas casas possuem pequenas explicações onde é possível, por exemplo, encontrar uma das casas de Antônio Thomaz Gonzaga e sua fechadura cheia de detalhes. Permita um tempo para apreciar a cidade e flanar entre sua beleza. Repare nos detalhes, assim como a cidade, eles te surpreenderão.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Meu roteiro pelas cidades históricas de Minas Gerais :)

Além da boa comida, o estado de Minas Gerais abriga alguns dos lugares históricos mais bonitos do Brasil. As cidades históricas mineiras guardam relíquias da arquitetura barroca e grande número de igrejas, já que o catolicismo era religião dominante durante o século XVII – início do desenvolvimento da região pela descoberta do ouro. Alguns exemplos de cidades mineiras que carregam esses atributos são: Congonhas, Diamantina (tombada como Patrimônio Histórico da Humanidade!), Mariana, Ouro Preto, Sabará, São João Del Rei e Tiradentes.

Dentre as diversas formas de planejamento de roteiro pelas cidades históricas, fazer uma road trip (viagem de carro pelas cidades) é considerada uma boa opção, já que a distância entre elas não são extensas. Ao escolher a viagem de carro, uma ideia seria agrupá-las a partir das distâncias e interesse, e à partir daí elaborar o roteiro. 



Distâncias
Belo Horizonte
Ouro Preto
Congonhas
Tiradentes
S. Joao Del Rei
Belo Horizonte
-
98
82
190
185
Ouro Preto
98
-
56
157
152
Congonhas
82
56
-
114
109
Tiradentes
190
157
114
-
15
S. João Del Rei
185
152
109
15
-

Quadro de distâncias (em quilômetros)

O único percalço são as estradas mineiras: ruins por natureza (esburacadas, sinalização precária e trânsito pesado de caminhões). A ideia aqui foi percorrê-las pela manhã ou tarde, não aconselho dirigir à noite. Uma dica é contabilizar um tempo adicional de viagem entre uma cidade e outra, já que pelas condições da estrada o tempo é superior a uma viagem em estradas com boas condições.  
 Sempre uma surpresa no meio do caminho...
Uma ideia, adotada por mim, foi voar até Belo Horizonte e já do aeroporto alugar um carro. Desta vez escolhemos a Avis onde encontramos a melhor tarifa e ainda nos ofereceu o seguro contra vidros e para-brisas por apenas R$ 4 adicionais ao dia. Topamos na hora, já que nossa experiência anterior alugando carro no Brasil foi catastrófica por problemas com o tal vidro.

Para o roteiro escolhemos as tradicionais: Ouro Preto, Mariana, Tiradentes, São João del Rei e Congonhas. Diamantina, infelizmente, foi uma das cidades que não entrou no nosso roteiro por ser a mais distante das demais (quase 300 quilômetros). Fizemos o roteiro em um feriado prolongado (4 dias entre ir, vir e aproveitar as cidades). Escolhemos assim, duas cidades principais Ouro Preto e Tiradentes para passar um dia inteiro, e ali passar a noite, e para as outras cidades foram dedicadas algumas horas. (uma tarde em Mariana; uma hora em São João Del Rei e duas horas em Congonhas foram as nossas escolhas).
Detalhes de Ouro Preto

O mais interessante ao fazer esse trajeto de carro é que durante o percurso passa-se em alguns momentos pela Estrada Real, estrada utilizada para escoamento do ouro no século XVII e XVIII, percorrendo os caminhos velho e novo. 

Dica: alguns hotéis não aceitam somente uma diária, porém quando fizemos por outros sites (como exemplo, Decolar) conseguimos reservar somente um dia.

A primeira parada foi em Mariana, grudadinha com Ouro Preto, ganhou o nome por homenagem a esposa de Dom João V. Apesar de nunca ter pisado em solo mineiro, o nome não podia ser mais apropriado. Mariana é especial, pequenina e cheia de graça, qualidades características de uma mulher. 

Passar uma tarde em Mariana é suficiente para visitar a catedral principal e seu órgão Arp Schnitger, único no Brasil vindo da Alemanha, com pequena parada em Portugal, e ainda em funcionamento. As apresentações do órgão acontecem às sextas-feiras 11h e domingos 12h30 (R$ 15). Se der sorte, como eu, conseguirá ver algum ensaio. 
Ah, Mariana...

Não deixe de visitar (e comparar!) as duas igrejas localizadas no largo – igreja São Francisco Xavier e Nossa Senhora do Carmo (que sofreu um incêndio em 1999 e em 15 minutos perdeu 85% de seu interior). No largo encontra-se o pelourinho, mastro de castigo aos prisioneiros. No topo da cidade, aparece a igreja São Pedro dos Clérigos, uma das igrejas com arquitetura mais diferentes das cidades históricas, para ter uma bela vista da cidade basta subir a estreita escada até o sino.
De Mariana partimos a Ouro Preto e dedicamos uma noite e o outro dia inteiro à cidade. A imponência de Ouro Preto remete a uma história perdida, nos mostra um Brasil diferente e esquecido nos livros de história mas revivido na cidade que abriga o maior conjunto de arquitetura barroca do Brasil, considerado assim patrimônio da humanidade. É praticamente impossível não se encantar com Ouro Preto, mas seus detalhes estarão em um próximo post.

Dica: cuidado com os guias de porta de igreja, ao iniciarem o processo de despejar informações sobre os turistas, ao final cobram preços altíssimos. Se preferir um guia, acerte o preço antes de iniciar a explicação e pergunte o tempo do passeio.
Tiradentes cheia de charme
Tiradentes foi o próximo destino e apesar de bem menor, é impossível não considerá-la especial. Vielas, arquitetura charmosa e um chafariz de 1749 são atrações da cidade. O conjunto arquitetônico com a serra São José ao fundo fazem da cidade um cenário natural. A principal sensação em Tiradentes é nostalgia, sentimos falta de um tempo que não vivemos mas que a cidade comprova que faz parte da nossa história.
Grudadinha com Tiradentes está São João Del Rei, da cidade somente o centro histórico me atraiu, especialmente a igreja São Francisco de Assis. 

Dica: a estrada que liga as cidades faz parte da Estrada Real.

 São João Del Rei

Já no caminho ao aeroporto dedicamos um almoço e visitação a cidade de Congonhas. Quem dirige até lá não acredita que no alto, porém escondida, estão uma das mais belas obras de Aleijadinho: os 12 profetas. A igreja Bom Jesus dos Matosinhos, que abriga os profetas e a pintura da vida de Jesus em quadros em seu interior, garantiu à Congonhas o título de patrimônio cultural da humanidade pela Unesco.
Dica: para chegar até a igreja, siga as placas marrons (modelo internacional para atrativos turísticos) que indicam “Basílica”.

Lembre-se que as cidades históricas englobam muitas atrações, que se seguirão nos posts seguintes, e é possível visita-las em muito mais tempo. O mais importante ao escolher visita-las é saber que a história te esperará de portas abertas e a beleza estará presente nos lugares mais inusitados, seja uma maçaneta ou o teatro mais antigo do Brasil ainda em funcionamento, posso garantir uma série de cenários belíssimos serão recordações difíceis de esquecer. Na minha mente eles reaparecem todos os dias.
Fotos: Raphael de Oliveira Gomes e Bruna Cazzolato Ribeiro.