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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Tiradentes para ti

Lembro a primeira vez que conheci Parati, no estado do Rio de Janeiro, uma pequena cidade na beira do mar cheia de casinhas brancas e molduras coloridas nas janelas e portas. Relembro agora que achei um charme andar por ali. Voltei diversas vezes depois daquela data, mas um momento especial foi minha primeira viagem com o namorado, hoje marido. Uma rápida passagem já que nosso destino final era Ilha Grande, mas as casinhas ganharam novas cores aos nossos olhos e restaurantes com sabores harmônicos confirmaram uma paixão em comum: viajar.
 
Ah Parati...
 
Há um mês atrás visitamos Tiradentes, uma das cidades históricas do estado de Minas Gerais, e a sensação ao visita-la me transportou a Parati. Ruas de pedra e as mesmas casinhas brancas com detalhes coloridos estão espalhadas pela cidade. Em se tratando de boa mesa, Parati ganha, os charmosos restaurantes ainda estão chegando na cidade de Tiradentes, mas isso não impediu que encontrássemos o restaurante Memórias que nos acomodou em seu jardim memorável em uma tarde ensolarada de segunda-feira.
Antes dessa pausa, já tínhamos caminhado por suas ruazinhas e visto que a antiga cadeia pública passa por reforma para abrigar o Museu de Arte Sacra. A sua frente está a igreja do Rosário dos Pretos, feita por escravos que não eram autorizados a frequentar a igreja dos brancos. Notamos um pequeno detalhe: olhando a igreja de frente consegue-se observar à direita ao alto a Matriz de Santo Antônio, a igreja dos brancos. Correm boatos que durante a construção da matriz, os escravos pegavam escondidos parte do material e desciam para construir o seu ponto de devoção, a pequenina igreja.
Tiradentes, mas poderia ser confundida com Parati
 
Mesmo com as subidas íngremes, caminhar até a matriz nos valeu uma bela vista do centro histórico e com uma boa imaginação conseguimos saber o horário pelo relógio de sol feito em pedra sabão. Ao caminhar pela cidade, diversos passos aparecem. Os passos são capelinhas que contam por meio de esculturas os últimos momentos de Jesus em vida. Para conseguir ver por dentro, somente nas festividades de Corpus Christi.

Uma das gemas da cidade é o chafariz de água potável datado de 1749. Hoje o chafariz atende com água fresquinha toda a cidade (não esqueçam a garrafinha!). Atrás do chafariz, à direita, há uma porta quase escondida por onde adentramos uma trilha que segue acompanhada por um caminho de pedras, por ele ouve-se um barulho de água corrente que abastece o chafariz. Note que as pedras pesadas mostram o trabalho que os escravos tiveram para fazer o trajeto.
O relógio da matriz de Tiradentes
 

Parati também guarda relíquias da arte religiosa católica, além de guardar segredos da maçonaria. Dizem por aí que até a organização do centro histórico possui raízes maçônicas. As artes aparecem em detalhes nas duas cidades, seja na arquitetura ou nas pequenas lojinhas charmosas. O charme também acontece na moldura das cidades: a mineira Serra de São José e a fluminense Serra da Bocaina.
Pausa para água fresca em Tiradentes
 
As histórias das queridas Tiradentes e Parati se fundem com a história do ouro. As duas fazem parte da Estrada Real, estrada utilizada para escoamento do ouro no século XVII. As cidadezinhas recebem grandes festivais brasileiros: Tiradentes abriga seu famoso festival de cinema criado para prestigiar o cinema brasileiro, já Paraty prestigia internacionalmente a literatura com a FLIP (Festival Literário Internacional de Paraty).

É quase impossível não suspirar pelas duas cidades. Elas são irmãs sem nunca se conhecerem. O mar, encontrado em Parati, é o diferencial da primogênita. E se conhecer primeiro Parati lembre que uma cidade lá no interior de Minas Gerais aguarda sua visita. Se decidir visitar a cidade mineira lembre-se que ela está ali para ti.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Feirinha Gastronômica na praça Benedito Calixto!

Depois de um período de férias, a famosa feirinha de comidas de rua preparadas por chefs renomados ganha novo endereço em Pinheiros, em espaço reservado da praça Benedito Calixto.
A feirinha se apresenta como uma opção para os amantes de comida de rua com boa qualidade. Chefs de grandes restaurantes paulistas oferecem pratos diferentes a preços acessíveis. Há opções de entradinhas, pequenos pratos principais além de sobremesas. Os preços variam entre R$ 6 a R$ 20 para porções individuais. É possível comer uma refeição completa por R$ 30 por pessoa.
No domingo de inauguração, dia 18, barracas com comidas típicas baiana à persa ofereciam novos sabores ao paladar. O restaurante Portal da Coréia oferecia dois pratos bem típicos: Japtche (macarrão de batata com legumes e carne) e Topoki (mistura de massa feita com peixe em um molho apimentado) (R$10 cada), duas comidas diferentes que instigam a conhecer o restaurante original localizado no bairro da Liberdade.
Comida coreana de rua: Japtche e Topoki
O antigo restaurante persa Amigo Rei ofereceu três tipos de pratos típicos (R$8 -15). O estado da Bahia estava presente através do famoso acarajé além da nova macaxeira recheada (R$20). A opção tradicional da novidade inclui carne seca e queijo coalho. De sobremesa, brownies, brigadeiros e churros sequinhos (R$7).
Se você é do tipo de pessoa que adora provar novos sabores, a feirinha é uma boa opção custo-benefício para experimentar e conhecer novos restaurantes da cidade. Acompanhe o site e a página no Facebook para saber quais serão os próximos expositores. Por sua popularidade, espere por filas e longo tempo de espera.
Feirinha Gastronômica  Praça Benedito Calixto, 85. Horário de funcionamento: 11h-19h.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Ouro Preto por um dia


Conhecer a cidade com o maior conjunto de arquitetura barroca do Brasil em um dia pode parecer impossível, mas com um bom planejamento é possível visitar seus principais pontos turísticos. A primeira dica é escolher um bom sapato. As sinuosas ladeiras e o asfalto pé de moleque, nome dado pelos escravos para o tipo de calçamento feito pelos jovens, das ruas combinam com um sapato fechado e, se possível, sem salto. Tênis é o ideal. 

Entenda um pouco a dinâmica da cidade, uma ideia é verificar os horários de abertura dos museus e igrejas (deixo abaixo as informações para seu passeio ser mais fácil). Lembre-se somente que muitas igrejas e museus fecham às segundas-feiras e o horário de almoço é estendido, ou seja, acima da trivial uma hora de almoço. Mas notem que nas férias escolares, os horários podem ser alterados sem aviso prévio. Visite também os atrativos próximos uns aos outros. Isso diminui o tempo de deslocamento. 

Ouro Preto é especial, pois abriga o maior número de obras do escultor Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho – o maior escultor brasileiro em pedra sabão. Aleijadinho era filho bastardo de Manoel Francisco Lisboa e herdou do pai toda fortuna, recebeu o apelido por possuir uma doença que lhe causara atrofiação dos músculos. Outro importante artista é Manuel da Costa Athaíde, conhecido como mestre Athaíde e amigo de Aleijadinho, o mestre é reconhecido por sua pintura.  Os dois artistas são nomes encontrados em diversas obras das cidades históricas. 

Um dos pontos mais discutidos atualmente é sobre a autenticidade das diversas obras de Aleijadinho, já que obras com datas semelhantes estão espalhadas por diversas cidades mineiras. No entanto devemos lembrar que o artista possuía pupilos, Mauricio, Januário e Agostinho da escola de negros fundada pelo artista possivelmente contribuiram com sua arte (e isso não tira sua característica). 


1 - Museu da Inconfidência (R$ 8): Antiga cadeia da cidade de Vila Rica, antigo nome de Ouro Preto, abriga objetos utilizados e que relembram a história dos inconfidentes. Em frente ao museu fica o monumento no local onde Tiradentes foi decapitado. Terça a Domingo: 12h-18h.
 
2 - Igreja de São Francisco de Assis (R$8): a igreja mais tradicional de Ouro Preto, já na entrada há características do desenho do Aleijadinho, três anjos esculpidos acima da porta de entrada. Um dos cartões postais de Ouro Preto, a igreja é uma das mais fotografadas na cidade (lembre-se que não são permitidas fotografias internas). Terça a Domingo: 8h30-12h/13h10-17h.

3 - Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição: infelizmente a igreja ficará fechada pelos próximos 10 anos (!) para reforma, porém é lá que estão depositados os restos mortais do Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, e seu pai Manuel Francisco Lisboa. 

4 - Igreja Nossa Senhora das Mercês e Perdões: ao lado do largo São Francisco, atualmente está fechada para reforma. 

5 - Casa dos Contos (Grátis): Em conjunto com a casa da moeda carioca, foi um dos primeiros lugares a imprimir o papel moeda brasileiro, o lugar mostra o processo da moeda no Brasil. Repare nas diversas faces que nosso dinheiro já recebeu, inclusive notas comemorativas! Segunda, das 14h às 18h, terça a sábado, das 10h às 18h e domingo, das 10h às 16h.

6 - Igreja Nossa Senhora do Carmo (R$ 2): a igreja fica bem ao lado do Museu da Inconfidência, na entrar peça a explicação em papel para ler durante a visita (e devolva ao final da visita). Da frente da igreja tem-se uma vista da igreja São Francisco de Paula ao longe, em uma bonita paisagem. No adro da igreja encontra-se o pequenino porém imponente Museu do Oratório (R$ 4), bem organizado mostra em três andares diversos tipos do acessório, objeto tradicional na igreja católica utilizado para guardar o santo de devoção.  Repare nos pequeninos oratórios utilizados pelos viajantes, se você vivesse entre os séculos XVIII e início do século XX provavelmente utilizaria um! Sábado: 8h30-11h20/13h-16h20.

Dica: não deixe de reparar na segunda porta localizada dentro das igrejas, feitas para proteger os fiéis do vento, muitas são belamente adornadas.

7 - Teatro Municipal de Ouro Preto (R$ 2): o pequeno teatro abriu suas portas ao público em 1770, quase escondido, é considerado pelo Guinness book como o teatro mais antigo do Brasil ainda em funcionamento. O único camarote recebeu Dom Pedro I e II durante passagem pela cidade. Segunda a Domingo: 12h-18h.

8 - Igreja Nossa Senhora do Pilar (R$ 8): por sua localização em meio as casinhas mineiras, é difícil distingui-la ao longe, mas quando se aproxima percebe logo sua imponência. Essa escondida igreja disputa com a igreja São Franciso em Salvador como a com maior quantidade de ouro no Brasil. Imperdível! Terça a Domingo: 9h-10h45/12h-16h45.

Ao caminhar por Ouro Preto não deixe de notar os detalhes, muitas casas possuem pequenas explicações onde é possível, por exemplo, encontrar uma das casas de Antônio Thomaz Gonzaga e sua fechadura cheia de detalhes. Permita um tempo para apreciar a cidade e flanar entre sua beleza. Repare nos detalhes, assim como a cidade, eles te surpreenderão.